segunda-feira, março 22, 2010

amanhã



Tenho os olhos frios
Tenho o corpo gelado
Tenho a alma suja
E um poema rasgado

A mão dividida
Entre o dar e o querer
Um sonho e dois mundos
O fazer e não ser

Tenho a boca fechada
Um desejo calado
Tenho um peito que bate
Um dormir acordado

Tenho as lágrimas todas
Tenho o tempo perdido
Tenho um dia adiado
E o querer está despido

Tenho sede, tenho fome
Tenho um grito sem nome
Tenho a noite e o que queria
Amanhã tenho outro dia

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