segunda-feira, junho 19, 2006

Vai ser bonito

No sábado fomos a um casamento . À saída, a pim pim quis ir dar um beijo à noiva e na resposta de "mu'tas f'i'ichidades" recebeu um "eras a mais bonita da festa". Sim, ficámos um bocadinho babados.




Por estes dias a pim pim parece ter crescido. Se calhar fomos nós, não sei. Sei que na quinta feira passada a D. disse que, da sala dela, ela era a mais avançada na fala e se destacava dos outros também pela rapidez de raciocínio. É verdade que a bichinha é esperta e apanha tudo. É verdade que já canta grande parte do hino da Comercial para o Mundial e quando canto "Trinidad..." ela acaba ''Tinhidá e tomaguuuu". É verdade que uma das músicas preferidas (para além dos Noddys, Leopoldinas e Patinhos) é a música do "pam pam" - Love Generation de Bob Sinclair. Também é verdade que não resiste a Jack Johnson ou Nina Simone. É também igualmente verdade que acompanha o pai no "Sei-te de cor" do Paulo Gonzo ou no "Secretamente" da Rita Guerra. É dada a música, pronto. Mas não é só.
Nestas últimas semanas começou com o que os psicólogos chamam na gíria clínica de "as saídas". E são umas atrás das outras. Numa destas noites, depois do jantar, quando lhe perguntei se sabia que horas eram, respondeu prontamente a apontar para o pulso: "num chabe. num tem riloijo". Ou ontem de manhã, quando viu a mãe vestir uma t-shirt minha e lhe disse: "num pode visti echa camichola. é do papá"
Pela amostra, cheira-me que vamos ter aqui algum trabalho. Ou como dizem os psicólogos: "vai ser fresca". Mas não é por falta de atenção ao que nos têm dito. Até aquela história do "fazia-lhe falta era um irmãozinho" nós levámos a sério. Lá para fevereiro de 2007 se verá a reacção da pim pim. Também no que diz respeito a essa matéria ela já opinou: se for menino chama-se "manooo" e se for uma mana chamar-se-á "maninha". Vai ser bonito vai.

terça-feira, junho 06, 2006

Declaração (pública) de Amor


Liguei para combinar um café – na esperança de não levar a segunda “nega” da semana. Tive sorte.
Fui buscar-te a casa depois de jantar e arrancámos para a Baixa. Era uma noite de Verão e havia muitas pessoas a passear. Sentámo-nos numa esplanada da Av. da Liberdade e ali estivemos à conversa. Desta vez só os dois. Desta vez éramos só nós.
“Vamos dar uma volta?”
Levantámo-nos e descemos.
Na Praça do Rossio, um telescópio. Era giro aquilo de ver estrelas.
Tu eras mais.
Seguimos. Dá a mão. Tira a mão. Dá a mão. Tira a mão.
"Hoje ainda te vou roubar um beijo".
Eu não sabia bem o que queria a não ser que queria um beijo teu. Queria porque eras linda.
E és.
Já não me lembro do que é que falámos. Mas falámos. E rimos.
A meio caminho perguntei:
“Tens mesmo de ir para casa?”
“Tenho mas não quero.”Já ganhei.
Virei tão rápido quanto pude. Encostei e saímos. Parecíamos duas crianças e estava calor nessa noite.
Lembro-me de entrar no carro, olhar para ti e como em todos os beijos, juntar a minha boca à tua.
Foi o primeiro beijo.
Foi o melhor.
Foi o melhor dessa noite.
Foi a primeira vez e não há beijo como o primeiro.

Saíste-me ao caminho numa noite de Junho e essa noite ainda a tenho cada vez que vejo a lua.

De repente olho para trás e dou por mim a dizer que te amo.
De repente olho para trás e dou por mim a pensar que quero e preciso e desejo que fiques para sempre comigo.
De repente olho para trás e temos uma filha linda.
De repente passaram 12 anos desde essa noite e cada dia contigo é sempre o melhor dia da minha vida.
Amo-te.

segunda-feira, junho 05, 2006

No seguimento



Hoje de manhã na marginal.
"Olha o barco grande filha"
"Não é g'ande"
"É sim filha, olha lá"
"Não. O b'aco não é g'ande"
"Oh filha olha lá..."
"....."
"Então é o quê? É pequenino?"
"Não."
"'Tás a ver. É grande."
"Não. É Castanho."
"....."