quarta-feira, janeiro 26, 2011

4 anos de gente




E quando eu pensava que não era possível amar mais, chegaste, pequeno, a fazer disparates ao primeiro minuto. A assustar-me como nunca antes me tinha assustado. Apareceste, vieste, foste tu. Eras tu. Ali, enrolado e a tentarem que respirasses. E respiraste. A seguir choraste e fizeste tudo o que era suposto.
E então começaste a crescer. Começaste a ser tu. Vivo, esperto, mexido.
Quando sorrias, fazias aquelas covinhas irresistíveis que ainda hoje fazes. Que aprendeste a usar para teu proveito. Aquele sorriso com que seduzes toda gente com quem te cruzas. Aquele sorriso maroto.
És um apaixonado. Amas loucamente. Gostas da mãe, da mana e do pai. Dos avós, dos colegas, das professoras. Gostas e gostas de gostar. Gritas de braços abertos: és linda mamã. Abraças com toda a força que tens. Penduras-te no meu pescoço e pedes que te leve. Sobes para os meus pés e pedes que te leve. Queres ir; sempre. Parado nunca. Sempre a andar. Ouço-me dizer-te o que ouvia ao meu pai. Tens bichos carpinteiros, não sabes estar quieto mas... há histórias que te levam à calma. Há livros que te fazem sentar, quieto, calmo, sereno. Não é menos verdade que mesmo assim, há sempre uma pergunta, uma observação, qualquer coisa.
És curioso, queres saber, queres descobrir. Não te chega uma brincadeira, um carro, um boneco. Queres sempre mais, diferente, outra coisa. Queres chegar depressa, partir para outra.
Ainda assim, és do mais meigo que se conhece. Doce.
Não há como chegar a casa e ouvir-te – quase sempre em coro com a tua irmã – gritar: paaaaaaaiiiiiiiiiiiii.
Cura tudo.
E hoje, são 4 anos de gente. Gente pequena, esperta, viva.
E foram os melhores 4 anos da minha vida.
Amo-te muito Diguinhos.

sábado, janeiro 22, 2011

Diz que disse 41 (coisas dele)

Porque não é coisa de que me orgulhe, fumo às escondidas dos meus filhos. Nunca, nem um nem outro me viram puxar de um cigarro. E por isso, sou obrigado a fazer outra coisa de que também não me orgulho: mentir.
Páro muitas vezes numa bomba de gasolina à ida para casa com o pretexto de ir comprar uma revista que, curiosamente, nunca há.
Hoje, à vinda de um jantar com os avós e sem a Pim que ficou a dormir em casa de uma amiga (e isto poderá ser tema a desenvolver :-) parei na dita bomba para ver da tal "revista".
Já com o tabaco no bolso mas curiosamente sem qualquer revista, entro no carro para encontrar a mãe a conter o riso e a dizer para o Digos:
- vá, diz ao pai...
E ele disse:
- sabes pai, isto é esquisito.
- o quê filho?
- vens sempre aqui para comprar uma revista e nunca há a revista. É esquisito não é?

De facto é. É esquisito.
Mas tem tanto de estúpido este mentir como de engraçada esta atenção aos detalhes.