domingo, maio 24, 2009

Diz que disse 22

Eu a trabalhar e ela - a Pim - em casa com a mãe e com o batata.
Ao telefone:
Eu: Olá filha
Ela: Olá paizinho lindo querido amor
Eu: o que é que estás a fazer?
Ela: estou a falar ao telefone contigo. Posso passar ao mano?

Fui amado e despachado em nano segundos.

Eu: filho....
Ele: paiiiii
Eu: Olá filho....
Ele: paiiiii
Eu: sim filho
Ele: paiiiii
Eu: diz filho
Ele: paiiiii

E foi isto mais 2 minuto até que a chamada caiu.

A ver se logo quando chegar a casa acabamos as conversas.

quarta-feira, maio 20, 2009

De rajada



Um projecto quase quase no ar; uma música que faz dançar os meus filhos; uma amiga que já não via há muito; um brinquedo novo; um sorriso novo e este jeito nas costas que me dá cabo da paciência.

A mulher de (para) sempre; os amigos comigo; uma viagem que mesmo que não aconteça sabe bem pensar nela; um almoço ao sol; uma ida ao campo; palavras novas e xixi no bacio.

Descobrir outra vez a marginal e os reflexos do sol no rio; descobrir que a descoberta das palavras é a melhor de todas; corrigir um “cáti” para um “está aqui” e ouvi-lo dizer tão bem; ver o brilho nos olhos grandes de orgulho no mais pequenino.

Levar os dias com um sorriso sem o deixar cair; encarar o vento de frente e ouvir os pássaros.

Sentir o frio da noite no calor da cama; sentir o calor do corpo no frio da noite e só sentir.

Dar de rajada meia dúzia de palavras ao mundo para que se usem nos dias, nas noites e nos intervalos do tempo.

Vergar-me perante a vida e aprender. Perceber como se faz melhor e imitar. Manietar os hábitos negros e pintar a calçada dos dias com cores luminosas.
Entregar-me.

Assim vou levando tudo comigo nesta caixa pequena de recordações.

segunda-feira, maio 18, 2009

já não digo nada

Não fazia ideia do tempo. Desde novembro, não era? É muito.
Não adianta fazer promessas e dizer que venho cá mais vezes. Não venho. Não adianta querer forçar.
Hoje vim. Apeteceu-me. Havia e há muito por dizer aqui mas como tudo, tem o seu tempo, os seus minutos certos. Há coisas que levam mais de um ano rabiscadas num papel mas que hoje não fazem sentido.
Continuam na minha cabeça – vivas como ontem – mas já não são para aqui. Precisavam de enquadramento e nem eu tenho tempo nem vocês espaço no disco rígido. Era preciso contar tudo outra vez e tudo é tanto que chegando ao fim é quase nada.
Não sei se é o medo de me entregar outra vez, de pôr a nu os meus medos que me faz recuar.
Tenho todos os dias frases soltas do príncipe e da princesa que me podiam fazer vir aqui mas por isto, por aquilo e muitas vezes por nada de especial, não venho.
Se calhar é da crise que me atingiu sem eu dar conta. Se calhar o sub prime do mercado das palavras entrou em queda. Se calhar foram as aplicações erradas em fundos de capitalização fácil de palavras difíceis.
Se calhar investi onde não devia e agora estou nas lonas.
Ou talvez não.
Ainda me apetece escrever.
Não prometo nada mas vou tentar passar aqui quando vier para estes lados.