terça-feira, julho 06, 2010

El secreto de sus ojos




Eu sabia que os olhos falavam. Que me abriam os portões da alma e me diziam tudo o que não queriam. Que me seduziam, me apaixonavam, me inebriavam e me odiavam. Eu sabia que os olhos falavam mas nunca me ocorreu que guardassem segredos. Coisas simples de amar e de amar. De amor. Histórias guardadas no mais escuro dos retratos, no mais empoeirado dos álbuns da prateleira mais alta. Mas guardavam. Histórias como a que Juan José Campanella conta. Uma história simples em 2 horas de obsessão, paixão, um amor mudo, uma amizade surda e um humor mordaz, inteligente e impulsivo.
Uma história sobre o que os olhos dizem sem nada dizer. Uma história de um amor que vence o tempo e de uma vida carregada num castigo de ser cheia de nada. Uma história que faz de um crime hediondo a razão para se escrever sobre o quanto ama este herói.
Que grande filme. Que grande história. Que bom acabar a noite assim.

1 comentário:

Ana disse...

Se soubessemos ler os olhos como lemos as palavras faladas e as palavras escritas, não haveria segredos. Os olhos podem tudo, menos mentir.