ele na casa de banho. eu na cozinha.
ele: paaaaaaaaaiiiiii
eu: sim filho
ele: já fiz
eu: vou já
ele: paaaaaaaaaiiiiii
eu: já vou filho
(já na casa de banho)
eu: já está?
ele: já
eu: rabo no ar.
ele: tenho ranho.
eu: já te assoo
ele: tenho ranho
eu: oh Digos, ou te limpo o rabo, ou te assoo
ele: não tens 2 mãos?
eu: (....)
terça-feira, abril 27, 2010
Diz que disse 31
De memória:
Diz que disse
sexta-feira, abril 23, 2010
Tudo e Nada
Quanto se faz do que não se vê?
Quanto de nós parte nas palavras que ficam?
Quanto se entrega sem dar nada?
Quantas perguntas respondem?
Quanto respostas perguntam?
Quantos silêncios nos unem?
Quantos vazios nos preenchem?
Quantos gritos emudecem?
Quantas noites?
Quantos dias de chuva nos secam por dentro?
Quantas portas fechadas nos abrem os olhos?
Quantos olhos abertos nos deixam no escuro?
Quantas vidas?
Quantos momentos efémeros durarão para sempre?
Quantos sorrisos largos escondem um mar de lágrimas?
Tudo e nada.
Diz que disse 30
ele: pai, um dia ajudas-me a construir uma escada muito alta e muito grande até à lua?
ela (baixinho): eu também queria. levava para casa só uma noite e depois punha-a lá outra vez.
eu: (...)
ela (baixinho): eu também queria. levava para casa só uma noite e depois punha-a lá outra vez.
eu: (...)
De memória:
Diz que disse
domingo, abril 18, 2010
No fim do dia há uma________________________
No fim do dia há uma linha
Que nos separa o dia da noite e o quente do frio
O doce do amargo e o cheio do vazio
No fim do dia há uma linha que nos esmaga no peito as ideias.
Que nos faz querer devagar e nos agarra as palavras
Que não nos deixa avançar.
No fim do dia intransponível, inacessível.
Ao alcance de um beijo. De um querer que se quer. De um saber de saber bem que não se vai provar. De uma noite sem lua e de uma lua sem mar.
Bocejo e esbracejo e fumo um cigarro
Arrumo por ordem o dia fechado
Entre o vento que levanta árvores do chão e as ondas que saltam e que aperto na mão
Há uma linha que nos diz que sim e que não
Fecho os olhos e sinto e demoro acordado
As promessas de um sonho em que ao sol me esquivo
As lembranças que tenho de um dia que queria, de um tempo de sonhos e cartazes, de memórias espalhadas soltas pelas frases.
No fim do dia em que revejo e (re)ouço o que te disse. No fim do dia em que pensei como seria senão te visse.
Não é nada mais que um beijo. Não te roubo o desejo. Não que queiras (que queres). Não que sejas (que és). Não que digas.
Que não dizes nada. Quase nada. Mal te conheço. Mal te vi. Mal te desejo.
Para lá da linha estamos sós. Para cá da linha somos nós.
De memória:
A tentar pôr a escrita em dia
sexta-feira, abril 16, 2010
Orgulho
Por causa deste texto escrito no calor da discussão sobre o Bullying, foi este vosso ilustre escriba contactado pelo site Educare.pt para que esse mesmo texto fosse publicado na próxima semana. E fiquei contente. E por isso quis partilhar convosco. A partir de segunda, aqui.
Bom fim de semana.
sábado, abril 10, 2010
Diz que disse 29
Depois da Pim me dizer um segredo, ele chega, encosta a sua boca à minha orelha e sussurra:
- vou-te dizer um segredo.... um segredo não se pode dizer muito alto e um segredo não se pode gritar nem dizer muito alto e um segredo é arrumar o quarto.
e foi.
era segredo, eu sei, mas vocês também não vão dizer a ninguém.
- vou-te dizer um segredo.... um segredo não se pode dizer muito alto e um segredo não se pode gritar nem dizer muito alto e um segredo é arrumar o quarto.
e foi.
era segredo, eu sei, mas vocês também não vão dizer a ninguém.
De memória:
Diz que disse
quinta-feira, abril 08, 2010
Por causa de ti
Sabes, antes de ti eu dizia que era feliz. Que tinha uma vida cheia e que estava bem. Que tudo era perfeito.
Antes de ti fazia o que queria, quando queria e porque queria. Ia.
E depois vieste.
E no dia em que apareceste tudo mudou de vez.
O mundo ganhou cores que eu nunca tinha visto. O sol brilhou mais forte desse dia em diante. A relva ficou mais verde e o céu mais azul.
Enchi a alma que achei ter cheia. Bebi os dias a direito. Senti cada respiração tua. Cada suspiro teu. Senti-te no meu colo mal cabias nos meus braços. Agarrei-me a ti. Viciei-me em ti. Viciámo-nos.
Percebi como estava enganado. Como era só feliz um bocadinho. Como os dias eram pequenos antes de ti. Como a luz era fraca e como o mundo se pintava de tons pastel. Antes de ti.
E depois tu chegaste. Gritaste, choraste e sorriste.
Abriste os olhos, esses olhos grandes lindos, verdes. Abriste os olhos e sorriste.
E o mundo sorriu para ti. Por seres tão doce.
E depois cresceste e cresceste e começaste a correr e a falar e a perguntar e a querer saber. A querer saber tudo, todos os segredos, todos os caminhos, todas as palavras.
E depois cresceste mais um bocadinho e hoje... hoje faz 6 anos que o pai olhou para ti pela primeira vez.
Hoje faz 6 anos que o pai descobriu o que era o amor mais forte que se pode sentir.
Faz 6 anos que vi o teu sorriso... o mesmo que vi hoje antes de te dar um beijo e desejar boa noite.
Faz 6 anos que me apaixonei por ti princesa.
E amo-te tanto hoje como há 6 anos... vá, um bocadinho mais talvez.
E como todos os dias te digo baixinho quando te tapo antes de ir dormir, digo-o agora também: amo-te muito Pim’cesa.
Parabéns filhota.
sexta-feira, abril 02, 2010
Tão quente que queima
Hoje durmo sob as estrelas. Tapado por elas.
Sem frio (que me aquece tudo à volta e na lareira ardem histórias)
Fiz fogo com memórias.
Deitei os olhos à noite e perdi-me no céu. Vejo uma estrela e outra e mais outra.
Quem sou eu aqui perdido neste espaço imenso. Aqui deitado na relva molhada.
À espera de tudo e de nada.
Que não quero que o tempo passe. Que me quero esquecer aqui de tudo o resto.
São estas as certezas de quem ouve letras atrás de letras a crepitar. Palavras a gritar.
Fogo lento que queima frases inteiras só de olhar.
Ideias em lume brando.
Hoje não há nada que me impeça de avançar.
Nem o medo.
Às ideias, sou eu quem lhes dá vida. Omnipresente em cada linha. Sou a máxima santidade do que escrevo. Sou deus de cada folha e cada folha é o meu reino.
Deixo fugir entre o espaço enleios de que me desfaço. Deixo-os ir, emaranhados.
E eu aqui
em frente ao fogo
dou lume aos sonhos apagados.
Diz que disse 28
Há muito que queria comprar barro para quando estivéssemos aqui poder brincar com eles. e hoje comprei.
comprei, trouxe, pusemos uma mesa pequenina e uns bancos pequeninos no jardim e ali estivemos que tempos a fazer "coisas".
A dada altura:
eu: o que é isso Digos?
ele: é uma pedra
eu: boa filho (e contive o riso)
ela: olha que o Digos tem muito jeito para fazer pedras. Parece mesmo!
e parece mesmo.
De memória:
Diz que disse
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