Apetecia-me ser arrogante, insolente.
Dar-me mais importância que a que tenho e olhar de cima.
Aproveitar cada minuto.
Deixar para trás quem não me merece e não me respeita.
Dar um chuto nisto e ir à vida tirar meças. Pedir satisfações. Chamar-lhe puta.
Virar costas e decidir os meus dias. Ter a coragem de uma vida e tentar. Arriscar. Saltar do precipício sem temer o desconhecido. Ignorar o perigo de não se estar seguro. E se um dia acordar, olhar para baixo e perceber: olha... acabou-se.
Sou eu ali, deitado. Bonito o fato, mas eu preferia uma t-shirt. Daquelas minhas que me conhece o cheiro e as formas e que já devia ter ido para o lixo quando se descoseu no ombro.
Mas foi a partir dessa altura que mais me passou a apetecer vesti-la.
Merda pá. Não fiz nada.
Aguentei-me ali com medo. E agora olha, é o que se vê. Adiantou muito.
Mas fui feliz. E tirando hoje que só me apetece olhar para baixo, sou mesmo muito feliz.
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