quarta-feira, maio 10, 2006
Este espaço foi ocupado - ainda nem há um minuto - por meia dúzia de palavras tristes. Metáforas saídas sem força para dizer apenas do quanto a admiro e do quanto admiro a sua coragem. Preferi apagar tudo e dizer coisas felizes.
Antes das palavras e destes minutos de pé aqui na cozinha, fui ver a pim-pim (como sempre faço várias vezes ante de me deitar). E como sempre, ali estava ela, serena - como só os bebés são serenos, tranquila e completamente virada do avesso - como a minha filha faz tão bem. Pu-la direita, tapei-a e perdi-me alguns minutos a observá-la. A sua respiração, a posição das mãos, os cabelos pela cara abaixo. Perdi-me naquela incomensurável beleza. Nestas alturas, assola-me um desejo - que obviamente reprimo - de a levantar e pegá-la ao colo. Sentir o seu corpinho pequenino encostado ao meu. Sentir o seu ajeitar no meu peito, a sua procura de ninho. Sentir o seu calor. Dar-lhe beijos sem fim e dar-lhe aquele abraço apertado como ela me faz antes de a deitar. Apertado que dói de tanto que a amo. Sorrio sempre quando me lembro que horas antes, numa qualquer brincadeira com a mãe ou comigo, soltava as suas pequeninas gargalhadas e repetia: out'a vech. "Outra vez" todos os dias filha. O pai e a mãe vão amar-te outra e outra vez todos os dias. Dorme bem pim-pim.
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4 comentários:
E dá-nos tanta força olhar para eles...
É nestes momentos que a vida parece tao simples e feliz...
Das cisas mais fantásticas que lembro da curta vida da minha koxixinha (até agora) relaciona-se com o levantá-la do "Ovo" e aconchegá-la no meio peito para que não acordasse no caminho para a caminha. Ela aninhava-se tipo posição fetal... Lindo... Delicioso... Aí sentia-me mais mãe que nunca...
Vê-los dormir dá-nos esta estÚpida e idílica sensação que o mundo, lá fora, é mesmo perfeito. Só pode ser.
A tua escrita enternece-me...
Um beijo.
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