quarta-feira, maio 17, 2006
A birra
Nunca o trajecto de elevador entre o 7º andar e a garagem no –3 foi tão longo. 12 longos minutos e uma birra de que não há memória. Arrastou-se pelo chão, esperneou, gritou, berrou, babou-se. E depois de a consegui sentar na cadeirinha – a muito custo – e de lhe ter limpo as lágrimas e assoado o ranho e tirado a baba e de lhe ter dado meia dúzia de beijos, acalmou-se. Passámos, portanto, de um histerismo-louco-furioso para uma acalmia-catatónica. Eu sei que são 2 anos, 1 mês, 1 semana e 1 dia. Eu sei que não tenho uma filha birrenta e que se porta lindamente e que come e dorme como um anjo – o dormir é que é como um anjo, que o comer é mais como o diabo. Come bem a bichinha.
Eu sei que é tempo de tudo isto acontecer.
Mas no fundo o que me irrita não é a birra, o tempo que não se tem de manhã para poder calmamente conversar e levar a coisa a bem. O que me irrita são os nervos com que ela fica. O soluçar, o olhar no vazio.
Vimos o mar – que a deve ter acalmado um bocadinho – e num semáforo, depois de várias “negas”, lá consegui faze-la rir. E riu muito.
Chegámos ao colégio e, como sempre, lá foi. Sem choros. Deu um beijo ao pai e foi brincar.
E o pai foi para a reunião para a qual estava a ver que não chegava a tempo. Mas cheguei. Quem não chegou foram os Srs. que vinham para a reunião. Ligaram a dizer que estavam “atrasados”. Atrasado estava eu que cheguei às 9 e 25 para um compromisso às 9 e meia. Eles – que são quase meia dia e ainda não apareceram – é que estão atrasados. Não fossem gajos importantes e iam ver a birra. Até já sei como é que se faz.
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7 comentários:
Pois eu sou defensora de que todos fazemos birra e que birra é preciso. Só não gosto das birras dos outros!
girissimo. E é bom aprender com eles, né?
Beijoca e virei aqui mais vezes.
Conseguem por-nos loucos os/as nossos/as princepes/sas... conseguem mesmo levar-nos à loucura. Mas se não são eles a dar cor ao nosso mundo e a ensinar-nos de vez em quando qualquer coisita....
vou voltar
As gaijas mini são peritas em fazer birras. Quando crescemos já temos um doutoramento nessa matéria. Beijinhos
Lol Lol Lol
Nada que um bom ataque de beijos não resolva (no caso das birras claro... se bem que haveria de ter graça "os gajos" encherem-te de beijos...)
Um beijo. Sem birras.
Adorei ouvir este na Radio Comercial... muito lindo.
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