quinta-feira, junho 17, 2010

Do que passou a correr




Do acordar antes da hora que o corpo quer. Do despertar à força. De abrir os olhos com os dedos porque de outra maneira, fecham-se num sonho qualquer.
Do entrar no duche ainda a dormir e sair ainda mal acordado. Do me arrepender cada dia das horas perdidas que deveriam ser passadas na cama.
Dos beijos que se dão de manhã. Das festas e cócegas. Do passar a mão pelos cabelos dela. Do enrolar os dedos nos caracóis dele.
Do sentir novo de a deixar sair debaixo da asa. Do sentir saudades ainda com ela à vista. Do deixar ir por uns dias.
Do sol que lhe sabe bem. Do quanto sei que vai rir.
Do que ele gosta da praia. Do que ele corre na praia.
Do voltar atrás. Do pequeno almoço à pressa fora de horas.
De uma manhã perdida na estrada. De uma tarde perdida em nada. Dos sorrisos.
Do pensar no 28, na volta que dá e no que alguém vai descobrir amanhã.
De uma Masterclass que foi uma feira de vaidades. Da ausência de conteúdo e de novidades.
Dos amores que não se vê um dia inteiro. De uma voz que não se ouvia há muito.
Das saudades da Pim que me faz falta ver. Das saudades do Digos que quando chegar vai estar a dormir.
Das histórias escabrosas sem planeamento. Da ausência de estratégia.
Do bater na mesma tecla. Do jantar ao frio sem sair do lugar.
Das pessoas que não se vêm todos os dias mas que sabe bem ouvir. De rir.
De falar no mesmo grupo 3 línguas diferentes. De fazer o frete porque tem que ser.
De ir a correr.
Dos caprichos.
De uma viagem de metro por duas estações. De Lisboa à noite sem distracções.
Dos beijos que faltam e que já não vou ter. De olhar para ele mais tempo e mais tempo. De lhe fazer festas até quase acordar. De lhe dar beijos sem som mais beijos e beijos.
Da vontade que tinha de aqui vir escrever.
Do Manuel João no Maxime a cantar. Do Miguel Guilherme a sair para jantar.
De pensar que amanhã poderá ser melhor.

De chegar a casa sem ter feito nada.
Do que o dia foi feito desde a noite passada.

1 comentário:

marion disse...

sencillamente genial