
Liguei para combinar um café – na esperança de não levar a segunda “nega” da semana. Tive sorte.
Fui buscar-te a casa depois de jantar e arrancámos para a Baixa. Era uma noite de Verão e havia muitas pessoas a passear. Sentámo-nos numa esplanada da Av. da Liberdade e ali estivemos à conversa. Desta vez só os dois. Desta vez éramos só nós.
“Vamos dar uma volta?”
Levantámo-nos e descemos.
Na Praça do Rossio, um telescópio. Era giro aquilo de ver estrelas.
Tu eras mais.
Seguimos. Dá a mão. Tira a mão. Dá a mão. Tira a mão.
"Hoje ainda te vou roubar um beijo".
Eu não sabia bem o que queria a não ser que queria um beijo teu. Queria porque eras linda.
E és.
Já não me lembro do que é que falámos. Mas falámos. E rimos.
A meio caminho perguntei:
“Tens mesmo de ir para casa?”
“Tenho mas não quero.”Já ganhei.
Virei tão rápido quanto pude. Encostei e saímos. Parecíamos duas crianças e estava calor nessa noite.
Lembro-me de entrar no carro, olhar para ti e como em todos os beijos, juntar a minha boca à tua.
Foi o primeiro beijo.
Foi o melhor.
Foi o melhor dessa noite.
Foi a primeira vez e não há beijo como o primeiro.
Saíste-me ao caminho numa noite de Junho e essa noite ainda a tenho cada vez que vejo a lua.
De repente olho para trás e dou por mim a dizer que te amo.
De repente olho para trás e dou por mim a pensar que quero e preciso e desejo que fiques para sempre comigo.
De repente olho para trás e temos uma filha linda.
De repente passaram 12 anos desde essa noite e cada dia contigo é sempre o melhor dia da minha vida.
Amo-te.