Já faz parte. Mas é daquelas coisas que sendo ritual não perde o prazer. Sou dos que gosta e não faz a coisa como desculpa para não fazer outra. Dir-se-ia que com este grau de assiduidade na prova seria um especialista, mas nem isso. Tomo um dos bons como um dos medianos. Maus é que não – que sabem mal. Ah e sem açúcar também não. Gosto muito de café e o da manhã a seguir ao pequeno almoço é absolutamente único.
Bom dia.
segunda-feira, novembro 28, 2005
sábado, novembro 12, 2005
Old School
Ando aqui a ruminar uma ideia para um tratado sobre Old School. O termo já não era novo, mas nas Bahamas ouvi um tipo que fazia stand up falar sobre o tema. E é muito sobre todos nós, os trintões. Um dia deste desenvolvo. Agora vou trabalhar, que o Pai Natal chega amanhã.
quinta-feira, novembro 03, 2005
La muñeca brava
Vivo dentro de uma novela mexicana com dobragem sem sincronia. Sou do lado dos pobres mas bons e começo a ficar farto desta merda. Estou farto de dizer que isto podia ser mais simples se as pessoas fossem mais simples. Mas não são. E tanta confusão começa a dar-me cabo da cabeça e da paciência. Há os que eram os maiores e que são afinal uns filhos da puta, há os bons que afinal não são assim tão bons, os maus que serão sempre maus e os maus que afinal não são tão maus como os pintam. Há ainda personagens secundárias que passam despercebidas sem que lhes descubram as falhas, os que se aguentam como podem, os encornados, os traídos, os sentimentais bacocos e os que pura e simplesmente nem deviam fazer parte do enredo. Há os revoltados silenciosos que passam os dias a dizer qualquer dia lhes salta a tampa mas que o argumentista já deixou provado que nunca acontecerá. E depois há os outros todos que em círculos mais ou menos certinhos deambulam e gravitam por aí. Que história merdosa esta que vivo todos os dias.
Pedras Pretas
Vou escrever um poema numas pedras da praia. Cada pedra uma palavra. Vou escolher palavras bonitas que me façam lembrar de vocês e depois de escritas, não importa a ordem. As pedras todas num monte que se possa ler de cima para baixo ou de baixo para cima; da esquerda para a direita, ao contrário ou sem ordem nenhuma. Pedra após pedra palavra após palavra. E nesse monte de pedras pretas cada letra branca há-de ter um brilho especial. Primeiro da tinta que há-de brilhar por si e depois das pedras por serem pretas. Não sei se arranjo pedras suficientes para escrever. Porque quando penso em vocês são muitas as palavras. Se arranjar escrevo. E ponho todas num monte para me lembrar de vocês.
De memória:
Tinha mesmo que escrever isto
quarta-feira, novembro 02, 2005
O dia errado do blog
Ontem, feriado, estive a trabalhar. Melhor, estive no escritório. E com algum tempo que tinha, tinha muito para dizer. Raios parta o Blogger que decidiu empancar e não me deixou fazer nada.
Hoje que tenho muito que fazer já isto anda sem atrito.
Hoje que tenho muito que fazer já isto anda sem atrito.
terça-feira, novembro 01, 2005
Bic Cristal
Atravesso a ponte como todos os dias em que venho trabalhar. E hoje vim trabalhar. O céu que parece menos carregado do que realmente está deixa ver tudo à esquerda até à Vasco da Gama. À direita, uma regata que começa em Belém leva, o que daqui parecem pequenos barquinhos, para uma tarde bem passada. Mas se o cenário desta travessia me agrada, deixar a minha filha em casa não. Fica bem – fica com a mãe – e vai passar a tarde toda a brincar, a rabujar, a dormir a sesta e a fazer tudo o que se faz aos 20 meses. É capaz de chamar pelo “papá” duas ou três vezes mas há-de passar-lhe. A mim não. Não passa esta coisa de ter que vir trabalhar e deixá-las em casa. Queria lá estar. Aproveitar estes fins de semana que são, em boa verdade, os únicos dias em que consigo estar mesmo, sem ser como de 2ª a 6ª, entre as 7 e meia e a nove e meia, por entre banho, jantar e pouco mais de meia hora de brincadeira pura.
Irrita-me ter que sair às escondidas para ela não ficar a chorar, mas prefiro que não chore.
Dá-me cabo dos nervos ter que ficar aqui até às 8 da noite à espera que nada aconteça para finalmente, e já de noite, atravessar novamente a ponte em direcção ao norte para abrir a porta e ver a pin pin correr pelo corredor até se aninhar nos meus braços e gritar “paaaaaaaa páááááááá”.
Ainda faltam 7 horas para isso acontecer.
E enquanto aaui vou ficando, vou largando pela ponta da bic o que me vai na alma.
Irrita-me ter que sair às escondidas para ela não ficar a chorar, mas prefiro que não chore.
Dá-me cabo dos nervos ter que ficar aqui até às 8 da noite à espera que nada aconteça para finalmente, e já de noite, atravessar novamente a ponte em direcção ao norte para abrir a porta e ver a pin pin correr pelo corredor até se aninhar nos meus braços e gritar “paaaaaaaa páááááááá”.
Ainda faltam 7 horas para isso acontecer.
E enquanto aaui vou ficando, vou largando pela ponta da bic o que me vai na alma.
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