Já me faziam falta estas noites aqui. Dos grilos
ao longe – tão perto – da lua inteira – enorme – e das estrelas todas – tantas.
Fazia-me falta apagar a mesquinhez que
preenche os dias na cidade. Fazia-me falta escrever neste frio de Agosto.
Acordar para o sol com o sol ao meu lado. Acordar
para os dias sem ter os dias contados. Fazia-me falta sentir a areia nos pés.
Fazia-me falta ser pai de manhã à noite. Lavar
a fruta que vamos comer na praia. Levar as pranchas, as pás, a bola e o mundo
inteiro numa mochila e meia.
Fotografar cada rosto molhado enrolado numa
toalha ao sol. As pestanas encharcadas, o sal no corpo, os pés nus, quarenta mergulhos e duas
voltas de bicicleta.
Fazia-me falta o azul do céu, o verde do mar e
as cores todas dos sorrisos mais perfeitos. Faziam-me falta os risos. Os
abraços e os braços enrolados a mim.
Fazia-me falta e agora só me faz bem.