Este foi o ano. Foi - como todos são - diferente de todos os outros. Foi o ano de me descobrir debaixo de água. Foi o ano do mergulho, das viagens a Sesimbra aos fins de semana, dos buddy check, do diamante de Dalton e de outras preciosidades. De descobrir a marginal outra vez. De começar a correr em Março para acabar agora com 300 quilómetros feitos. Foi o ano de começar novos projectos, acabar e começar outra vez.
Este foi o ano de meter na cabeça e começar a fazer o que há muito andava para começar a ser feito. E começou com deadline bem definido e vontade de o cumprir. Este foi o ano de voltar a Londres, de namorar em Munique, de andar por aí. De pisar terrenos com história e de histórias tristes.
Foi o ano de me descobrir outra vez. De conhecer pessoas, de ouvir pessoas, de ouvir conselhos.
Foi o ano de começar e acabar muita coisa. Foi o ano de fazer cenários, de criar projectos, de fazer pesquisa.
Foi o ano da crise, das crises, das conversas e do início da Conversa. Foi o ano de criar expectativas, de arranjar motivação, de sonhar um bocadinho e alimentar o que um dia - que não foi aquele - será verdade. Foi o ano de grandes noites de verão, das sardinhadas, dos putos à solta no jardim, de dias maravilhosos de sol, de praia, de calor, de piscina, de andar a pé e de ver as estrelas.
Foi o ano de ver palavras minhas puxadas na rede, ouvidas, escutadas, comentadas por quem não me conhece.
Foi o ano do grande relatório que parecia não ter fim. Foi o ano das apostas ganhas em almoços e perdidas ainda por pagar. Foi o ano de ver como se faz lá fora. De voltar pela segunda vez a Londres por um dia para ficar dois. De ficar retido e fazer em oito horas o que se faz em 2 e meia.
Foi o ano de criar novos hábitos, de olhar para dentro. Foi o ano de fazer para mim como nunca antes fizera.
Foi o ano de ver e ouvir grandes bandas, de descobrir novos sons. De incutir paixões, despertar para outras realidades, abrir os horizontes. Este foi o ano da rede. Foi o ano de escrever muito. De gritar muito.
Este foi o ano de descobrir dores maiores. Foi o ano de sofrer como não sabia ser possível. Este foi o ano de priorizar.
Este foi o ano das decisões difíceis. Foi o ano de fazer o que não se deseja porque não havia outra forma de fazer. Foi o ano de querer e não querer. Foi o ano de ser pai - e mãe 2 noites por semana. Foi o ano das conferências, de ouvir quem pensa de forma diferente. Foi o ano de começar a aprender a escrever outra vez com letra manuscrita e ditongos na ponta da língua. Foi o ano de começar a escola. Foi o ano dos trabalhos de casa. Foi o ano do iPad - deste - e do iPhone. Foi o ano de reencontrar quem não via há mais de 10 anos e começar uma conversa como se tivesse sido deixada a meio.
Este foi o ano dos amigos de sempre e dos almoços de sempre. Este foi o ano dos amigos novos e dos novos almoços. Este foi um ano cheio de ideias novas. Este foi um ano novo cheio de dias novos. Este foi um ano de sentir de novo.
Este foi o um bom ano.
O próximo será melhor.
2 comentários:
Tás lá.
Que o próximo, seja o do primeiro de todos os que seguirão.
Vais encher a prateleira de muita gente.
Abraço,
É por textos como este, e como o anterior e o antes desse, e todos os outros até aqui, que vale a pena continuar a ver as tuas palavras na rede, a ouvi-las, escutá-las e comentá-las, mesmo não te conhecendo!
Parabéns!
E continuação de sucesso, de boas escritas e de bons filhos e mulher, que te fazem ser o pai, marido e escritor que és ;)
Enviar um comentário