domingo, maio 16, 2010

a minha TEDx perience




Fui ontem assistir ao TEDx que, para quem não sabe, não é mais que uma versão local das TED Conferences. (para saber mais, aqui e aqui)
E de facto foi uma experiência. Quem costuma assistir às TED talks ou às conferências – ao vivo ou na net – saiu decerto com um sentimento de….. poucochinho.
E com isto não estou a dizer que foi mau. Não foi. Mas podia ter sido tão melhor.
Quem esteve ontem no Auditório pôde ver coisas interessantes e outras nem por isso.
Mas vamos por partes.
O tema da TEDx Lisboa era “Um dia com mentes abertas” e dividia-se depois em 4 sub-temas: “à descoberta”, “à acção”, “à mudança” e “à sabedoria”.
Em cada bloco, 6 oradores e uma performance musical (excepto no da sabedoria – estaremos com uma crise de sábios?).
Para mim, o TED é aquele ponto de encontro de ideias e não é por acaso que assina com “ideas worth spreading”. É o local – virtual para quem não pode lá ir – onde há descoberta. Um repositório de pessoas diferentes que tanto podem discorrer sobre como mudar o mundo através dos jogos on-line como ver John Hodgman (o PC das campanhas Apple) numa cómica intervenção sobre como não estamos sozinhos no universo e como foi em Portugal que ele percebeu isso numas férias no Algarve.
No TED há de tudo mas na maior parte das vezes, há ideias. E ontem foi isso que falhou nalgumas intervenções.
O modelo é simples. No tempo do lusco-fusco, pouco mais, um orador e uma ideia que vale a pena espalhar.
E no TEDx Lisboa houve ideias mas também houve ausência das mesmas. Houve ideias sobre tecnologia, monitorização e tratamento de informação em tempo real. Houve ideias sobre como podemos politicamente ser mais interventivos. Houve partilha de intenções. De integrar o conceito das bibliotecas itinerantes num registo “prosumer” (PROducers and conSUMERs of information) onde se partilham a literatura existente com o registo das nossas histórias (storytelling… é procurar no YouTube). Houve divulgação de projectos interessantes (com ideias subjacentes, alguns, e outros nem por isso) como um edifício na Ilha do Fogo em Cabo Verde ou a possível presença portuguesa na Antárctida. Houve momentos altos como a de um ex-autarca que explicou como se faz bem e que teve uma ovação de pé. Houve explicações sobre genética, sobre o ensino, sobre tendências e sobre design.
Houve António Barreto e toda a sabedoria dos números, da estatística e de como trabalhar em cima deles e houve lições de vida, como a que nos falou do Dhaka Project. Esmagador. Mais uma ovação de pé para um trabalho notável de uma miúda de 32 anos.
Houve música, como já disse, com projectos bem interessantes. Não conhecia nenhum e gostei de todos. Especialmente de Noiserv. Mas também de Natália Juskiewicz, de Rodrigo Viterbo e de Nome Comum.
E houve humor com Simão Rubim que é sempre bom, mordaz e assertivo e um fecho à laia de resumo do dia com João Cunha (segundo ele, membro da maior família de sucesso em Portugal, os “Cunhas”). Muito bom.
Pelo meio, uma data de actos falhados. Sem ideia, sem conteúdo, sem sentido. E isso terá eventualmente manchado o colectivo. Eventualmente.
E as ideias?
Houve algumas de facto, mas não o fartote que estava à espera. Queria ter saído de lá de cabeça cheia. Com novos pontos de vista. Com novas formas de abordar as questões. E disso houve pouco.
Mas a verdade é que gostei. Foi um cheirinho a TED que soube a pouco mas ainda assim, um cheirinho a TED.
Quanto à organização: imaculada. Os horários, o respeito pelas entradas e saídas, os mimos (como o almoço e os coffe-breaks) e a atenção de cada um da organização foram impressionantes e podia ver-se em cada um, o empenho e a vontade de ver tudo a correr bem.
Dizia-me um amigo – cáustico por natureza – que por €20 não se podia pedir mais. De facto. Não meço as coisas assim mas numa relação preço/qualidade ficou claramente muito em conta.
Para a próxima será melhor. E se puder, serei novamente um TEDxter.

4 comentários:

André disse...

Também estive lá e concordo absolutamente com o que dizes.
Apesar de ter gostado e de achar que para a próxima os talkers vão ter melhores ideias e preparação, não consegui deixar de pensar, de cada vez que nos levantávamos para mais uma ovação, que aquilo estava a começar a parecer-se demasiado com um culto qualquer tipo IURD...

Cumps Tedxterianos

marion disse...

quiero decirte q soy seguidora de tu blog, pero q I refuse to add that application to fbook, porque hasta ahora, todas las aplicaciones que tenía en fbook me han dado muchos problemas, incluyendo virus... that's why I have not added that application. únicamente añado las que crean amigos, gente que conozco. Si eres tú quien ha creado esa aplicación, no tengo problema en añadirla. Besos

R. disse...

Podemos estar perante uma crise de ideias (inovadoras) ou talvez com excesso de expectativas mas acredita que me deixaste com vontade de ter lá estado. E sim concordo que por 20€ talvez não tenha sido assim tão mau ;)
beijos

Glee disse...

Tb estive lá! E gostei ...
Sim ... estava à espera de mais ... Mas acredito que foi o 1º ... que os oradores estavam nervosos e que se perderam um pouquinho nas introduções e ficaram sem tempo para as ideias :(
Tb acho que estou mal habituada ... só vejo TEDtalks entusiasmantes ... mas isso n quer dizer que tenho estado todos no mesmo dia, no mesmo TED ... acho que é sempre assim ... depende da capacidade do orador em transmitir a ideia!
No meio disto tudo ... QUERO MAIS!!!