sábado, maio 22, 2010
Deep blue state of mind
À direita, escarpas que desenham inclinadas as paredes deste mundo. À esquerda, o horizonte. E por baixo de mim, um estado de alma de um profundo azul para onde mergulho.
Não é a pressão das 2 atmosferas que me esmaga. É o silêncio.
Não é a vida marinha que me surpreende. É poder tocar ao de leve numa anémona e vê-la fechar-se.
Não é o fato que me aquece. É o sol que desce para lá da tona de água.
Estou numa narcose consciente, numa dormência sensorial que me torna uno com a água, na água.
É uma experiência de vida. O som, a luz.
Mas hoje, a primeira vez. Descer ao que parece ser o fundo e perceber que ali ao lado ainda se pode descer mais e mais. Descer mais um pouco.
Ajoelhar-me nas rochas cobertas de algas, tocar nos peixes que me rodeiam e respirar. Respirar fundo, com calma. Mover-me devagar. Subir, equalizar e voltar a descer. Equalizar outra vez para os ouvidos deixarem de estalar.
E o sol que muito lá em cima – muito mais que o normal – ilumina o fundo do mar.
Perdi-me atrás de um peixe sem sair do sítio. Perdi-me no tempo que estive lá em baixo e foi muito menos do que queria ter estado. Amanhã há mais e ainda mais profundo.
E eu, num estado de alma de um profundo azul que me esmaga, me surpreende e me aquece.
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2 comentários:
Magnificamente descrito... como sempre.
Bjos
Sandrine
2 notas:
nota 1: obrigado Sandrine pelo teu comentário ;-)
nota2: pode o sr. chinês que plantou estes comentários todos estar quieto?
a gerência agradece.
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