segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Sonhos de brincar

Vejo os seus sonhos em paz numa noite igual à minha.
Deito a alma sobre a deles e vou.
Penso no “prometo que vou sonhar contigo papá”. E o que é que eu digo? Que sim. Que sonhe. Que eu sonho com ela todo o dia. E com ele o dia inteiro.
Que os vejo a brincar nos meus olhos. Que os vejo aos beijos de paixão. São paixões. São irmãos.
Faço-lhe uma festa e dou-lhe um beijo. Fecho uma porta ao lado da que abro e repito o gesto. Uma festa e um beijo. Um afecto.
Tiro-lhe o cabelo da cara e tapo-a quanto posso. Ponho-o direito e deixo-lhe o conforto a jeito.
Penso mais um pouco quando o ouço sonhar. Paro tudo; fico atento àquele palrar minimal, doce e fatal. Que me mata de tanto amar.
Sou tão feliz que não me quero ir deitar. Preferia trocar as voltas aos dias e olhar a noite toda adivinhando como são os sonhos pequeninos.
- São doces de certeza. Bons de brincar -
Devem ser sonhos que terei sonhado um dia.
Vejo-os crescer como uma buganvília que se entrelaça no ar. Colada à parede da casa antiga cresceu até ser árvore.
De um tronco pequenino fez-se grande.
Maior que eu.
E eu sonhava ser assim e crescer até ao céu.
14|Jan|08

1 comentário:

Carla Veríssimo disse...

Sérgio Godinho canta como ninguém:
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste",

e eu repito: Ainda bem que voltaste!
;)